José Leôncio de Araújo nasceu em Rio Casca ( zona da Mata de Minas), em 1934.
Neto de oleiros, desde pequeno modelava bichos para brincar. Mais tarde, trabalhou na lavoura, e vindo para Belo Horizonte exerceu os ofícios de barbeiro e carpinteiro. A velha cadeira de barbeiro ainda está na casa, de lembrança.
Filho mais velho de sete irmãos, ele começou a esculpir em madeira depois dos 50 anos, incentivado pelo irmão Maurino de Araújo, ainda exercia o ofício de barbeiro. Foi em 1990. “Em 1991 eu fui convidado para participar de uma exposição no Rio de Janeiro.”
Já vendi para Pernambuco, Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e outros países como Itália, França, Estados Unidos. Sempre tentei me libertar da influência do Maurino, procurei desviar do caminho dele, que é muito forte, admite.
“Quando comecei, não posso esquecer da marchand Marlene Eufrásio, que me incentivou demais e comprava todas as minhas obras.” Ela tinha duas grandes galerias uma no Rio, outra em Brasília.
Não sei desenhar, admite. Assim sendo, pego o formão e vou direto na matéria e enxergo a forma na madeira. Gosto só de madeira de lei, enfatiza, embora esteja mais difícil. “Uso o cedro, vinhático, jacarandá tam. Nunca sai de casa para vender, graças a Deus. Os marchands vêem à minha porta”, alegra-se.