Parceria com a Fundação Clóvis Salgado estimula o fazer criativo e impulsiona a geração de renda no setor artesanal
Próximo de completar 55 anos de história, como um grande referencial para o artesão mineiro, o Centro Mineiro de Artesanato (Ceart) participa do novo projeto artístico da Fundação Clóvis Salgado (FCS), “Jequitinhonha: Origem e Gesto”.
O Ceart envolveu toda uma cadeia produtiva da criatividade na confecção de novas obras. Uma ambientação inspirada no Vale do Jequitinhonha foi criada, no espaço da Grande Galeria para receber a exposição panorâmica, a partir dos tons terrosos, dos barrancos, das casas de pau a pique e das texturas da paisagem daquela região.
Com coordenação geral do artista Marco Paulo Rolla, “Jequitinhonha: Origem e Gesto” chega para celebrar, na capital mineira, em dois momentos, a riqueza criativa do povo do Vale do Jequitinhonha. Primeiro será a inauguração, na quinta-feira (3/8), às 19h, de uma exposição panorâmica com obras dos principais artistas e artesãos da região, composta por 100 peças históricas, vindas de acervos particulares, do Centro de Arte Popular (CAP), com obras da colecionadora Priscila Freire, e do Sebrae/MG e ainda criações atuais feitas especialmente para a ocasião. Depois, já na sexta-feira (4/8), às 20h, ocorrerá a estreia da coreografia da Cia. de Dança Palácio das Artes, também batizada de “Jequitinhonha: Origem e Gesto”. A partir daí, nos finais de semana, ao longo de agosto e outubro, a coreografia será encenada em sessões gratuitas.
Com o envolvimento do Centro Mineiro de Artesanato na expografia do projeto Jequitinhonha, pretende-se estimular o fazer criativo e também a geração de renda. A atividade artesanal tradicional é hoje fonte de trabalho e renda para mais de 500 mil pessoas no estado, envolvidas desde a produção até a comercialização das peças, tornando-se estratégica na promoção do desenvolvimento sustentável ao impulsionar a prática do associativismo e fixar o artesão no seu local de origem.
Valorizar o artesanato é valorizar a cultura, a tradição e a história mineira. É também buscar geração de emprego e renda a partir de saberes tradicionais, que nos convidam a descobrir a mineiridade por novos ângulos. Esta parceria do Ceart com a FCS é ainda fundamental por reafirmar o potencial econômico da riqueza cultural do Jequitinhonha.
Jequitinhonha: Origem e Gesto
A proposta da exposição “Jequitinhonha: Origem e Gesto” é uma interpretação das culturas do Vale do Jequitinhonha a partir de múltiplos suportes. Com as obras dispostas na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, entre artesanato, pintura e videoinstalação, a exposição vai traçar uma narrativa histórica e interpretativa a respeito da formação da identidade cultural daquela região. O barro, matéria-prima de inúmeros trabalhos artesanais, é o ponto de partida para a expografia, caracterizando todo o espaço da Grande Galeria.
A expografia também contempla uma videoinstalação com registros feitos durante a pesquisa da Cia. de Dança Palácio das Artes na região. Além disso, pinturas de Gildásio Jardim, artista natural de Joaíma, no Baixo Jequitinhonha, também fazem parte da exposição. As obras de Jardim abordam o cotidiano daquele povo, em que a personalidade do retratado se funde com as estampas do tecido. Estão representados o homem do campo, do sertão, da vida simples na roça – sujeitos invisibilizados pela sociedade que têm sua poesia estética capturada pelo olhar de Gildásio.
Sobre o Centro de Artesanato Mineiro – CEART
O Centro de Artesanato Mineiro – CEART é uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) fundada em 1969 e responsável pela pesquisa, divulgação, comercialização e desenvolvimento do artesanato tradicional e da arte popular em Minas Gerais. O Centro de Artesanato Mineiro mantém um acervo de mais de 20 mil peças feitas com matérias primas diversificadas como cerâmica, madeira, vidro, metal e fibras. As obras retratam a riqueza cultural de Minas Gerais, marcada por influências religiosas, cotidianas e regionais. Por meio delas é possível conhecer traços de personalidade do povo mineiro, seus costumes e suas tradições. Valorizando o artesão e sua obra, o CEART evidência contribui para ampliar as oportunidades de inclusão socioeconômica por meio dessa importante produção do artesanato tradicional e da arte popular mineira.